segunda-feira, 23 de setembro de 2013

LIBERDADE HUMANA E ADESÃO A DEUS

LIBERDADE HUMANA E ADESÃO A DEUS
Côn.José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Deus dotou o ser humano de liberdade. Espera Ele de cada um uma adesão pessoal, consciente. Por isto é tão beatificante a entrega a Ele pela fé e aí está o valor da virtude, pois é um ser dotado de inteligência que se volta para o seu Senhor. Donde a fonte de todo o mérito. Há, porém, um grande obstáculo ao poder da graça que é o endurecimento do coração. Bem-aventurados, entretanto, aqueles que se deixam iluminar pelas inspirações celestes e se imergem na beleza das mensagens de Jesus. Muitos, porém, não correspondem às graças recebidas.  Suprema desgraça de uns, excelsa ventura de outros! Eis porque se deve sempre pedir a Deus a submissão ao império de sua vontade. Cumpre solicitar sempre que Ele remova os óbices que possam dele afastar, dissipe as ilusões terrenas e ajude a vencer as tentações diabólicas. Cumpre estar atentos para não se deixar levar pelas surpresas com que o mundo assalta cada um e, deste modo, estar apto para jamais dizer um não ao Mestre divino.  Jesus, Deus e homem verdadeiro, enquanto homem afirmou: “Não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 5, 30). A exemplo de Cristo, é preciso sempre realizar o que Deus quer. Já Davi assim se expressava: “Eu quero fazer tua vontade, meu Deus; e tua lei está no fundo do meu coração” (Sl 40,8).  O salmista desejava que a verdade estivesse no seu íntimo e, por isto, ele pedia ao Todo-Poderoso: “Faz penetrar a sabedoria dentro de mim” (Sl 51,6). Sem as luzes do Espírito Santo é impossível discernir o que Deus deseja de cada um em particular, dado que para todos ele declarou a sua lei expressa no Decálogo, a qual se acha, também, impressa na consciência de todo ser humano. Como o ser racional é frágil e sua inteligência está obnubilada por força do pecado original, eis o pedido que está no salmo 143: “Ensina-me a fazer tua vontade; porque tu és o meu Deus. É tão bom o teu espírito que ele me conduza por vereda plana” (Sl 143,10). Assim procedem os que amam o Senhor e almejam fazer em tudo seu santo desígnio. A submissão e obediência ao Ser Supremo devem caracterizar o verdadeiro seguidor de Cristo. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

DESIGUALDADE SOCIAL

A DESIGUALDADE SOCIAL
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
A parábola do mau rico e do indigente Lázaro sempre impressionou pelas várias lições que encerra (Lc 16, 19-31). De plano traz à baila uma realidade que através da história marca a sociedade, ou seja, a disparidade reinante por força da centralização da riqueza nas mãos de uns poucos, jazendo a maioria na pobreza. Cristo chama a atenção, sobretudo, para o efeito calamitoso dos bens mal empregados e isto vale e muito para os governantes. Um contraste chocante: um homem abastado envolto no luxo e um miserável a catar as migalhas da mesa do glutão. Este último repleto de chagas, estas atraiam as atenções dos cães, seus companheiros de infortúnio.  Sugestivo também o nome daquele mendigo, pois, Lázaro significa “aquele que Deus ajuda”. Esta narrativa tem uma notável atualidade também neste início do século XXI. No entanto tal o preceito que se lê no livro do Deuteronômio: “Abrirás a tua mão ao teu irmão, ao teu necessitado, ao teu indigente na tua terra” (Dt 15,11). Esta determinação é precedida com estas palavras do versículo anterior: “Deves dar-lhe absolutamente sem que o teu coração se entristeça, enquanto lhe dás; pois por este motivo o Senhor, teu Deus, te abençoará em toda tua obra e em toda tua empresa”. Mais tarde os Profetas estigmatizariam os ambiciosos indiferentes à miséria alheia. Cristo na referida parábola foi contundente: o mau rico foi parar num castigo eterno e não teria a misericórdia que ele havia recusado a Lázaro nesta terra. Eis porque a Igreja em todos os tempos ostentou a opção preferencial pelos mais necessitados e foi cunhada até a famosa sentença: “O supérfluo dos ricos pertence aos pobres”, a qual o papa Pio XII deu ênfase especial diante dos problemas em pleno século XX. A verdade é que cumpre ao Estado eminentemente cristão, antes de tudo e sobretudo, garantir ao cidadão o pleno desenvolvimento de sua personalidade e todos os meios necessários à expressão de sua dignidade. O que ocorre, porém, é que os pobres se acham em situações de miséria e opressão submetidos à exploração econômica dos ricos e à tirania estatal, esta sempre a serviço da elite dominante. Os gastos astronômicos do pode público mostram que não há uma opção política clara por um desenvolvimento que favoreça a maioria do povo que anseia por melhoria de condições de vida. O que já se gastou na construção de estádios de futebol para a Copa do Mundo, muitos dos quais ficarão perenemente vazios, inúteis, em contraste com as necessidades básicas da população, sobretudo no que tange à instrução, à saúde pública, ao saneamento básico, mormente na periferia das cidades, clama aos céus. Isso sem se falar no luxo com que os governantes envolvem suas viagens pelo mundo afora acompanhados por numerosa comitiva a gozar as maiores mordomias à custa do povo, não obstante os bolsões de pobreza que imperam por toda parte. Entretanto, se o Estado não cumpre seu papel ou o faz de maneira deficiente, cada um dos discípulos de Cristo deve agir em favor dos mais necessitados com espírito fraterno. Esta conduta resulta da aplicação eficaz da lei do amor que ele inculcou de uma maneira tão enfática. Na prática aí estão as associações caritativas, felizmente tão numerosas em todas as Paróquias. Os empregadores podem e devem pagar o salário justo e nisto está uma verdadeira promoção humana em cada setor específico. Além disto, cada um pode com módicas contribuições, dentro de suas possibilidades  ajudar, amparar as Entidades que favorecem os mais necessitados. Elas estão sempre a clamar: “Ajude-nos a ajudar!” Quem apreende e compreende, assimila e mentaliza o que o que Jesus quis ensinar na parábola do mau rico e do pobre, não pode se omitir, mas é levado a engajar-se na promoção dos indigentes de maneira atuante. Tudo isto traz um enorme merecimento para o céu. Para se salvar é preciso guardar uma fé ativa, manifestada na caridade que é a base da vida espiritual. Ela leva a ver a figura de Jesus na pessoa dos que passam por dificuldades de toda ordem. É por aí que começa uma corrente de solidariedade que pode diminuir o grande abismo que separa as nações e nelas as camadas sociais. Não obstante as tragédias deste mundo no qual impera a injustiça e a ganância, cumpre lutar para que haja um mundo muito melhor no qual impere de fato uma justa distribuição dos bens que a todos pertencem. Então não haverá mais Lázaros famintos, nem poderosos desalmados. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

COMO SE ESTABELECE O DIA DE UMA CIDADE

COMO SE ESTABELECE O DIA DE UMA CIDADE.
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Segundo os melhores historiadores “não há uma orientação específica quanto ao estabelecimento desse marco de memória. Tudo depende de cada realidade, ou seja, de como as pessoas que vivenciam sua relação com o passado histórico o ressignificam no presente” [...}  “A convenção acerca da definição da data de comemorar o dia de uma cidade é relativa e depende de alguns fatores, tais como a tradição local". Em Viçosa, se comemora 30 de setembro o Dia da Cidade, data em que em 1871 Santa Rita do Turvo foi elevada a Vila, início de sua organização jurídica, política, administrativa. A Lei Provincial número 1817 nunca foi revogada.

sábado, 14 de setembro de 2013

FIDELIDADE EM TUDO

FIDELIDADE EM TUDO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Notável a orientação dada por Cristo aos seus seguidores: “Quem é fiel nas coisas mínimas é fiel também nas grandes! (Lc 16,10). Trata-se da integridade em tudo. Com efeito, cumpre empregar com sabedoria os bens materiais e, mais ainda, ser fiel aos dons espirituais que Deus a todos concede. Quem vive apenas em função das riquezas, endeusando-as, é levado a se esquecer do Doador de tudo, dado que não se pode servir a dois senhores. Fidelidade, portanto, em usar o que é material e que não tem em si mesmo valor, para também se colocar em situação de uma valorização total dos bens sobrenaturais, tudo fazendo para a glória de Deus. Esta disposição é eminentemente mobilizadora das energias interiores. Com efeito, realizar o trabalho de cada instante com e para o Senhor sem se apegar ao transitório é se colocar em condições de receber as maiores bênçãos do Alto. Jesus foi claro: “Procurai primeiro o reino dos céus e tudo mais vos será acrescentado” (Mt 6,33). É preciso, assim, uma reta intenção em tudo que se pratica. Através de toda a Sagrada Escritura Deus pede a livre escolha do homem entre o bem e o mal, na valorização do espiritual e não do que é temporal, transitório, efêmero. Os Profetas sempre insistiram que o povo inclinasse seu Coração unicamente para Deus e não para os falsos ídolos. É desta maneira que a decrepitude humana se transforma em eterna juventude, a corrupção em incorruptibilidade e, em vez de trevas, brilha a claridade. Assim sendo, quando se analisa a fidelidade de que fala Jesus no Evangelho se verifica que esta virtude está estreitamente ligada à observância exata das mínimas ocupações, mesmo as de menor importância. Pode-se afirmar que a fidelidade às pequenas coisas já é uma grande coisa. É preciso transformar o que está no mundo visível em degraus para se atingir a realidade invisível. Isto se dá, sobretudo para quem cultiva o dom da ciência, recebido de forma intensa no sacramento da crisma. Tal dom qualifica o cristão que então pode se dizer verdadeiramente filho de Deus e não servo das riquezas terrestres. Deste modo, há na vida do batizado tal diligência que o leva a se dedicar a seus deveres cotidianos e a suportar as provações que Deus lhe envia, dando a tudo isto uma aplicação transcendental. É lógico que o fundamento desta fidelidade é a observância radical dos mandamentos através dos quais se encontra a purificação na trajetória neste mundo. Trata-se de se conformar a tudo que é justo, verdadeiro e aceitável diante de Deus, o que conduz à integridade do coração. Esta resulta da correspondência às inspirações divinas que chamam continuamente a tudo realizar com esforço e dedicação. Séria a advertência de São Tiago: “Quem sabe como fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4,1). Nenhuma indiferença espiritual admite o verdadeiro discípulo de Jesus. Quem é fiel em tudo não aceita também altos e baixos na adesão a seu Senhor que exige constância, perseverança. É necessário, assim, retificar logo a conduta quando ocorre o menor desvio. Atinge-se deste modo o ideal proposto por São Paulo tornando-se o cristão apto ”para toda boa obra” (2 Tim 2,21). Vaso de honra é o batizado no qual em todos os seus atos Deus realiza sua obra de salvação, de santificação, irradiando luz em seu derredor. Produz então fruto e fruto que permanece (Jo 15,16). O Evangelho de hoje convida assim a que cada um verifique até onde vai a fidelidade em sua vida. Fiel é que aquele que tem uma consciência limpa através do dom do santo temor do Senhor. É aquele que afasta toda indecisão e inconstância, fazendo tudo que está a seu alcance, correspondendo às graças recebidas a cada instante.  É a docilidade ao Divino Espírito Santo numa maleabilidade que conduz à perfeição. Não obstante as fraquezas humanas é possível, deste modo, conhecer aquela paz que é como um rio remansoso, aquela serenidade como as ondas de um mar tranqüilo (Is 48,18). O final feliz proporcionado pela fidelidade está registrado no Evangelho quando Deus no fim da vida poderá dizer: “Eia, pois, servo bom e fiel, porque foste fiel em pouca coisa eu te confiarei muito mais, entra no gozo do teu Senhor (Mt 25,21). Assim sendo, é preciso não se esquecer o que disse David: “Ditoso aquele que se compraz na lei divina e a medita dia e noite (Sl 1,2). Resulta o que aconselhou o Apóstolo Paulo aos Colossenses: “Qualquer coisa que fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo no nome do Senhor Jesus, dando graças por meio dele a Deus Pai” Atinge-se, desta maneira, a plenitude da fidelidade com todas as suas benéficas consequências. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

ELEVAÇÃO A VILA, IMPORTANTE DATA HISTÓRICA

ELEVAÇÃO A VILA, IMPORTANTE DATA HISTÓRICA
Côn.José Geraldo Vidigal de Carvalho*
A data de elevação a Vila é na História um dia marcante e que é comemorado em muitas cidades que foram elevadas a Vila na época imperial. É o que acontece na cidade de Viçosa que dia 30 de setembro próximo comemorará 142 anos da Lei Provincial de 1871, numero 1817 que elevou a freguesia de Santa Rita do Turvo à categoria de Vila. Inúmeras as urbes que pelo Brasil afora comemoram a data de sua elevação a Vila como sua data magna. Adite-se que “não há uma orientação específica quanto ao estabelecimento desse marco de memória que é  o dia da Cidade. Tudo depende de cada realidade, ou seja, de como as pessoas que vivenciam sua relação com o passado histórico o ressignificam no presente”. Não há erro histórico cometido pelas cidades que comemoram sua data maior no dia em que foram elevadas a Vila, salientando-se que  nesta data muitas já celebraram seu centenário com marcantes solenidades.
* Do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Instituto Histórico de Minas Gerais

terça-feira, 10 de setembro de 2013

SALVE A UNIVERSITÁRIA CIDADE DE VIÇOSA!

SALVE A UNIVERSITÁRIA CIDADE DE VIÇOSA!
Dia 30 de setembro próximo a universitária Cidade de Viçosa completa 142 anos e reproduzimos o texto que foi composto ao ensejo dos 90 anos desta urbe, orgulho dos mineiros e de todos os brasileiros. Como a universitária cidade de Juiz de Fora e outras cidades importantes que foram elevadas a Vila na época do império, Viçosa comemora o  glorioso 30 de setembro de 1871.



90 ANOS DA ELEVAÇÃO DE VIÇOSA A VILA

“Cantate Dominum canticum novum”1
Cantai ao Senhor um cântico novo.

Oração Gratulatória na Missa de Ação de Graças, na Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia de Viçosa, ao ensejo da comemoração dos noventa anos de elevação desta cidade à categoria de Vila, dia 30 de setembro de 1961.

Retrospectiva luminosa

Aos trinta dias do mês de setembro do ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e setenta e um, qüinquagésimo da Independência, sendo imperador do Brasil D. Pedro II, Pio IX, papa da Santa Igreja Católica, D. Antônio Ferreira Viçoso, bispo da diocese de Mariana, pela lei nº 1817, Viçosa foi elevada à categoria de Vila, data faustosa do início de sua organização jurídica.
Noventa anos depois, se reúne a comunidade aos pés da mesma portentosa Padroeira, Santa Rita de Cássia, para exaltar a terra bem-amada.
Que então “sit laus plena, sit sonora, sit jucunda, sit decora mentis jubilatio”2 - seja este louvor completo e sonoro, jucunda, digna a alegria de todos ao celebrar data tão significativa.
Solenidade expressiva que muito honra os idealizadores de tão oportunas quão esplêndidas festividades. Este é um momento de se reviver as glórias passadas e de uma tomada de consciência para que o porvir desta cidade bendita seja sempre fulgurante. É sumamente frutuoso o contato com o passado. Paul Claudel em Le soulier de Satin proclamava: “Oh, ce sont ces morts-là, qui m’ont appris à regarder les vivants marcher” - foram os antepassados que me ensinaram a ver os vivos caminhar.
Estas recordações históricas acentuam, radicam, incentivam e insuflam o amor e a dedicação, o culto e a estima, o carinho e o interesse pela Cidade. Sentimentos nobres e dignificantes, consagrados pelo próprio Cristo que tanto amava Jerusalém, a capital querida de sua pátria, que, um dia, ao contemplá-la de longe, ante a visão terrível de sua destruição futura, Ele, o grande patriota, chorou comovido. Relata o Evangelista: “videns civitatem flevit super illam”3 - contemplando a cidade, chorou sobre ela.
Hoje, Viçosa, numa retrospectiva, revive noventa anos de grandezas. Nelas busca não só a inspiração para novos feitos, mas também renovada motivação para, jamais, romper com uma gloriosa tradição de patriotismo e religiosidade herdada de ancestrais ilustres.
Tarefa sublime, que se torna venturosamente fácil, estar aqui a cantar loas a urbe tão cheia de glórias. Nestas nove décadas os títulos mais belos, que honram e exaltam, se tornaram patrimônio de Viçosa.

Heroísmo que lembre Esparta?

Que se percorram os capítulos da guerra do Paraguai. Rebrilha a participação ativa dos habitantes da antiga Santa Rita do Turvo. Daqui partiram, sob as bênçãos do Pároco, Pe. Manuel Filipe Neri, os voluntários na companhia de Francisco de Paula Galvão. Autoridades civis e pessoas gradas se fizeram presentes à partida dos aguerridos soldados com palavras de estímulo e aplauso. Francisco de Paula Galvão, pacífico mestre-escola do povoado, foi logo incorporado como Tenente ao 17o Batalhão de Voluntários da Pátria. Na épica Retirada da Laguna, Galvão se fez figura singular. A batalha de Nhandipá, a 11de maio de 1867, por sua conduta heróica, lhe consagrou os méritos. Títulos e honrarias proclamaram seu valor. Fez-se merecedor da medalha concedida pelo Decreto nº 3.926, de 7 de agosto de 1867, pois brilhara em território inimigo. Cavalheiro da Ordem de Cristo, pelo Decreto de 19 de agosto do mesmo ano, já tinha sido antes nomeado Cavalheiro da Ordem da Rosa. Foi sempre um soldado a serviço da pátria e repleto de merecimentos, pois “passando a servir no 5o Batalhão de Guardas Nacionais, em Paconé, foi louvado pela subordinação, inteligência e zelo que revelou e por haver cooperado em manter a disciplina e apagar a discórdia que ameaçava esse batalhão”4. Símbolo do civismo da cidade de onde partira, ei-lo, pelo Decreto de 2 de março de 1870, nomeado Capitão Honorário do Exército brasileiro.

Cultura que recorde Atenas?

Erga-se a plêiade de literatos e homens de ciência aqui nascidos ou criados. São inúmeros nas províncias da erudição a ostentar o borbulhar do gênio. Escolhamos um. Logo surge ante nós Dr. Arthur da Silva Bernardes, o jurista, o político, o estadista. Seus discursos revelam vastos conhecimentos sobre os assuntos mais relevantes. Os problemas agrícolas, as questões sociais, os temas econômicos, os assuntos internacionais foram por ele sempre abordados com total conhecimento de causa. Firmando os foros culturais de Viçosa, ele criou a Escola Superior de Agricultura e Veterinária aqui instalada em 1922. Hoje incorporada à Universidade Rural de Minas Gerais, juntamente com as escolas que foram surgindo, faz desta cidade uma das principais urbes universitárias da América, para gáudio de quantos amam Viçosa, na qual pontilham outros estabelecimentos de ensino que enaltecem o sistema educacional do Brasil.

Religiosidade que memorize Roma?

Aí está o espírito de fé do viçosense. O notável fervor de uma gente que cresceu à sombra da Cruz. A fidelidade de um povo à verdade do Evangelho e à Igreja Católica. Tão logo das regiões auríferas de Ouro Preto, de Mariana, de Piranga afluíram os primeiros colonizadores, aqui a Religião cintilou. A 8 de março de 1800, o Pe. Francisco José da Silva obtinha de D. Frei Cipriano de S. José a licença para erigir uma ermida, sob a invocação de Santa Rita, no pequeno povoado. A gloriosa santa, desde os primórdios, a presidir os destinos desta região. Em 1876, elevada a cidade, a vila de Santa Rita do Turvo passa a se denominar Viçosa de Santa Rita, em homenagem ao santo bispo marianense D. Viçoso. Ruas e praças públicas homenageiam Cristo, Maria e os Santos. O mês de maio, com suas tradicionais coroações, marca a alma viçosense. Na rocha firme da verdadeira Igreja, Viçosa contempla hoje noventa anos de bênçãos divinas e aparece como nume adorável da crença, tutelar zelosa do culto à divindade, sentinela avançada da Religião. Ela transmite às festas litúrgicas luzimentos ímpares, sobretudo em suas famosas Semanas Santas e nas solenidades da Padroeira. Soleníssimas comemorações que agermanam, numa mesma fé, milhares de corações.

Tradição que sugira Lisboa?

Aí está o patrimônio valiosíssimo, que as famílias aqui radicadas guardam e enriquecem através dos anos. A sociedade vale o que valer a família. A decadência desta fere mortalmente a civilização. Todas as grandes urbes se ufanam de suas famílias que projetam os traços prismáticos da genuína grandeza. Viçosa orgulha-se destes pilares e sua grandeza, alicerces de suas conquistas, sua gente. Bernardes, Freitas, Araújo, Carvalho, Gouvêa, Lopes Faria, Pacheco, Sant’Ana, Souza Lima, Rodrigues, Jacob, Vaz de Melo, Costa Val, Ferreira da Silva, Alencar, Castro, Comastri, Torres e tantas outras famílias ilustres. Delas saíram um Benjamim Araújo, um José Lino de Castro, um Verano Lopes Faria, um Joventino Octávio Alencar, treze sacerdotes, vinte e cinco religiosas e todo um batalhão de homens dignos, honrados, semeadores do bem, construtores de uma ordem social humana, profetas da verdade.

Rainha circundada de esplendor

Eis assim Viçosa, nesta data de seu nonagésimo aniversário, qual Rainha circundada de esplendor.
“Cantate Dominum canticum novum”. Junto do Altar de Deus cantemos um hino novo ante estes noventa anos nos quais se construiu a glória deste rincão bendito.
Viçosa, celeiro de heróis, guarida do saber, pórtico da fé, monumento vivo de famílias ilustres, sociedade modelar! Tudo isto aumentando a responsabilidade dos que iniciam uma nova década rumo ao centenário que, por certo, há de assinalar um novo magnífico encontro dos que fazem o progresso viçosense.
Que os jovens idealistas, que aqui acorrem em busca de uma sólida formação, continuem a deparar os padrões que marcam o autêntico desenvolvimento. Isto porque todas as instituições sociais, civis, políticas, religiosas, ajudando as qualidades naturais, aprimoram a inteligência, refinam os sentimentos, sobredouram os talentos para a edificação deste ser incomensurável em seus anelos que é o homem, cuja vocação no universo o coloca nos extremos limites do mundo natural e sobrenatural.
Tal o destino de Viçosa: continuar sempre a revestir de pompas incomparáveis as manifestações patrióticas. Laurear, sem desmaios, os triunfos imarcessíveis do trabalho. Ostentar a muitos as veredas da auto-realização. Progressista por excelência, avantajada em todas as empresas úteis e fecundas perante a consciência pública, sem tréguas, ser uma propulsora dos princípios que levam às paragens da ventura e da paz.
Então, sempre, se poderá dizer que “labore et virtute civitas floret” - pelo trabalho e pela virtude esta cidade floresce. Os dias de sua fúlgida história continuarão marcados por pedras brancas, pois esta será sua sina: “albo lapillo notare diem”5. As gerações vindouras a haverão de cantar ainda mais vibrantemente, pois aqui se realizará o dito virgiliano: “carpent tua poma nepotes”6.- Teus netos colherão os frutos.  O amor e a fé estarão incrustados nas obras de quantos viverem neste recinto abençoado e se poderá repetir através dos tempos: “claret amor factis, non secus atque fides” - a dileção e a crença se vêem nas obras do viçosense. Este, alimentado por esta “alma mater” - mãe agraciada e rica, ostentará, por toda a parte, têmpera invulgar. A quantos nesta cidade viverem, se aplicará a frase horaciana: “crescit occulto velut arbor aevo”7 - cresce insensivelmente com o tempo, como uma árvore. Este será um título que todos quererão reter e do qual se blasonarão: sou viçosense, sou nascido ou criado numa terra que transmite ideais sublimes. De fato, “hoc nomem in fronte scribendum, quia “honor”; in manu ferendum, quia “gladius”; in corde retinendum, quia “gaudia” - Este nome deve ser escrito na fronte, porque é honra; trazido nas mãos, porque é uma espada; conservado no coração, porque é alegria. Como, porém, “honos habet onus”, as honras pesam, trazem responsabilidades, por certo, quantos se vangloriarem de ser viçosenses preservarão totalmente as tradições que esse qualitativo encerra. Esta será a melhor maneira de mostrar gratidão para com a cidade que tanto enobrece seus filhos. No que tange a Viçosa, por tudo que foi rememorado, a ingratidão seria inominável. Não ser honrado é negar valores aqui hauridos. Não ser útil e justo é não dar retorno às benesses recebidas. Deixar de a louvar é um esquecimento indesculpável. Sêneca, com razão, afirmou: “ingratus est qui beneficium accepisse se negat quod accepit, ingratus qui non reddit, ingratus qui dissimulat, ingratissimus omnium oblitus est”8 - ingrato o que nega haver recebido o benefício, ingrato o que não lhe dá retorno, ingrato o que dissimula, o mais ingrato, porém, é o que dele se esquece.
Unidos na mesma fé, na mesma grandeza comum, os viçosenses de hoje reeditarão os triunfos passados, erguendo os monumentos do futuro e apontando aos cidadãos do porvir a mesma rutilante meta.
Sob a égide de Santa Rita de Cássia, caminhemos repletos de alegria, certos de que é um privilégio viver sob estes céus, é uma glória mourejar nesta terra que há noventa anos constrói uma pátria forte e altaneira.
Para nós e para muitos, Viçosa será, através das gerações, “civitas omnium optima” - a cidade que beatifica e realmente ilustra.

Notas

1      Isaías 42, 10.
2      Santo Tomás de Aquino, Missa da Festa do Ssmo. Corpo de Deus, Seqüência, in D. Beda Keckeisen O.S.B., Missal Quotidiano, Salvador, Tipografia Beneditina Ltda., 1957. p. 550.
3      Lucas 19, 41.
4      Alexandre de Alencar, Fatos e Vultos de Viçosa, Belo Horizonte, Estabelecimentos Gráficos Santa Maria S.A., 1959. p. 77.
5      Os romanos tinham o branco como símbolo da felicidade.
6      Virgílio, Écloga IX, v. 50.
7      Horácio, Odes, Livro I, ode XII, v. 45 in Oeuvres d’Horace, Paris, Librairie Hachette et Cie., 1917. p. 30.
8      Sêneca, De beneficiis, livro.3. cap. I.

sábado, 7 de setembro de 2013

A MISERICÓRDIA DO PAI

A MISERICÓRDIA DO PAI
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Deus é Amor. Nele não há senão um Amor eterno que se manifesta de uma maneira toda particular: a Misericórdia. Esta palavra literalmente exprime o sentimento do coração tocado pela miséria do outro. A Misericórdia de Deus é seu Amor para com os pecadores, ou seja, aqueles que estão longe dele pela ignorância, indiferença ou mesmo hostilidade. As páginas do Evangelho revelam que Ele ama os seres racionais não obstante numerosos pecados, os quais suscitam Sua compaixão para com a humanidade transviada. No alto da Cruz Cristo, dando sua vida para salvar do pecado os que erram, é a manifestação suprema deste amor. São Paulo assim se expressou: “Deus que é rico em misericórdia, movido pela imensa caridade com que nos amou, restituiu-nos à vida juntamente com Cristo” (Ef 2,4-5). Foi o que lemos em São João: “Deus tanto amou o mundo que lhe deu seu Filho único [...] para que o mundo fosse salvo por Ele” (Jo 3,16-1). Foi para que todos compreendessem a largura, o comprimento, a altura deste sublime mistério que Cristo narrou a famosa Parábola do Filho Pródigo (Lc 15, 1-32), a qual pode bem ser chamada de Parábola do Pai misericordioso, na qual o Mestre divino patenteia o Coração de seu Pai. É de se notar que Jesus se dirigiu aos judeus piedosos e corretos que estavam a ponto de murmurar contra Ele que recebia os pecadores e tomava a refeição com eles. Estavam escandalizados pela proximidade de Jesus com as pessoas rejeitadas porque eram indivíduos que se apoderavam de bens alheios por manobras fraudulentas, autênticos escroques, ou aqueles que colaboram com os romanos, enfim os pecadores em geral. Jesus faz então menção a todos estes pecantes e mostrou como eram tidos com um olhar de clemência pelo Pai. O filho mais novo da Parábola pegou sua herança e perdeu tudo numa vida desregrada. É o que acontece com muitos batizados que recebem os dons de Deus e, depois, os malbaratam nos caminhos do pecado. Receberam no batismo e na crisma uma herança maravilhosa. A graça santificante, a plenitude dos frutos do Espírito Santo, mas preferem as coisas materiais, se engolfam nas suas ocupações e nos seus projetos terrenos e perdem o tesouro recebido. Muitos, num momento de reflexão, se sentem tomados pelo remorso e iniciam uma caminhada de conversão. Retornam ao convívio divino, porque perceberam que longe do Pai amoroso não há salvação possível. É o começo da salvação. Ao se reconhecer um pobre pecador, indigno e miserável, o cristão que havia se afastado de Deus volta a se imergir na sua bondade infinita e recebe o perdão. Compreende o que Jesus dissera: “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mt 9,13). Ainda que o filho mais novo tenha regressado por mero interesse, pois passava fome, a ternura do Pai o envolveu em manifestações de carinho. Longe de recriminá-lo, inclusive mostrando implicitamente o quanto lamentava sua ausência, ele, tomado de compaixão, restaura sua dignidade, envolvendo-o num grande amor. Dá-lhe uma roupa nova, para que retirasse a que estava manchada pelos seus erros. É o que deve acontecer sempre com quem se arrepende de ter pecado, rompendo com o mesmo e se purificando no sacramento da confissão. Nunca se pode duvidar da misericórdia de Deus que restitui a vida divina a quantos se penitenciam de seus desvarios. O filho mais velho não trilhava a mesma vereda do amor. Recrimina o pai, não vai à festa do irmão que voltara. À margem da misericórdia ele nem mesmo degustava o que possuía a ponto do pai ter que lhe dizer: “Filho, o que é meu é teu?”. Ele representa bem tantos cristãos que se limitam a fazer o mínimo necessário para não perder a graça santificante, mas não usufruem da presença de Deus em seus corações, não entram em tertúlia com Ele. Deste modo não saboreiam a felicidade de estar sempre na presença do Ser Supremo. Cumpre curtir o amor de predileção do Pai misericordioso e não ter o coração fechado como o do filho mais velho. Temer simplesmente a justiça de Deus e não confiar na sua misericórdia é colocar um entrave no progresso espiritual. A exemplo de Santa Teresa é preciso saber sempre escolher entre a Justiça e a Misericórdia, preferindo sem hesitar a indulgência de um Deus que é Pai misericordioso, que enviou seu Filho a esta terra para que todos tenham a vida e a tenham em abundância. * Professor no seminário de Mariana durante 40 anos.
 

142 ANOS DA CIDADE DE VIÇOSA

142 ANOS DA CIDADE DE VIÇOSA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Dia 30 de setembro próximo a Cidade de Viçosa (MG) festejará seus 142 anos. No dia 30 de setembro de 1871, pela lei Provincial 1817 a então Santa Rita do Turvo foi elevada a Vila, início de sua organização jurídica. Assim como a universitária Cidade de Juiz de Fora e outras grandes urbes, Viçosa comemora no dia da elevação a Vila a data especial na qual os cidadãos a homenageiam. É importantissimo este marco de memória que leva as pessoas a vivenciarem sua relação com o passado histórico e o ressignificam no presente. Dia 30 de setembro de 1971 Viçosa comemorou jubilosamente seu centenário  com a presença do Arcebispo Dom Oscar de Oliveira, notável historiador, que celebrou a Missa de Ação de Graças.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

30 SETEMBRO, DATA DA CIDADE DE VIÇOSA

30 DE SETEMBRO, DATA DA CIDADE DE VIÇOSA
Côn.José Geraldo Vidigal de Carvalho, do Instituto Histórico  de Minas Gerais
30 de setembro é feriado Municipal em Viçosa (MG) no qual é comemorado o Aniversário da Elevação de Santa Rita do Turvo a Vila. Dia 30 de setembro de 1871, pela Lei Provincial número 1817 se deu o início da organização jurídica desta urbe universitária.  Esta   data do Dia da Cidade  “se consolidou como data municipal após a celebração do centenário da cidade em 1971. O dia é feriado municipal e é marcado por hasteamento da bandeira no Monumento ao Centenário, na Praça do Rosário, com a presença das autoridades. Há ainda, neste dia, eventos artístico-culturais promovidos pela Prefeitura local”. Durante o mês de setembro as Escolas incentivam ainda mais o espírito cívico  dos alunos não apenas por causa do 7 de setembro, mas também pela comemoração do Dia da Cidade no final do mês. Na sua Oração Gratulatória durante a Missa de Ação de Graças dia 30 de setembro de 1971 assim se expressou o Arcebispo de Mariana, Dom Oscar de Oliveira, notável historiador: “Neste dia histórico desejaria concitar sobretudo os jovems, fagueiras esperanças de Viçosa, ao estudo da história da Terra natal, a iluminar-lhes o caminho, a inspirar-lhes dedicações patrióticas. Desejá-los-ia cada vez mais entusiasmados pelos estudos, pois é com sólida cultura aliada a sadios princípios morais que reside o desenvolvimento de uma comuna e de uma pátria. “  (VIÇOSA CENTENÁRIA,  in O Arquidiocesano, órgão oficial da Arquidiocese de Mariana, ano XII, n.631).





domingo, 1 de setembro de 2013

O DIA DA CIDADE DE VIÇOSA

O DIA DA CIDADE DE VIÇOSA
Côn.José Geraldo Vidigal de Carvalho, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro

Aproxima-se o dia 30 de setembro quando universitária cidade de Viçosa, gloriosa terra do ex-Presidente da República Arthur da Silva Bernardes, completará 142 anos de emancipação política. A 30 de setembro de 1871 pela lei 1817 a freguesia de Santa Rita do Turno foi elevada a Vila. “No Brasil durante muito tempo, a data correta da fundação de municípios antes da proclamação da República era o dia da criação da vila. Com a vila o arraial ou a freguesia adquiria a sua autonomia político-administrativa, passando a constituir uma câmara de vereadores, com direito de cobrar impostos, e baixar "posturas" que eram espécies de leis municipais, recebia ainda um "juiz de fora", pelourinho e cadeia pública”.  Eis porque grandes cidades como Juiz de Fora, Resende comemoram com festividades cívicas e religiosas o dia de sua elevação a Vila.  Viçosa foi elevada à categoria de Vila, dia 30 de setembro de 1871, data faustosa do início de sua organização jurídica. Dia 30 de setembro de 1971, sendo Prefeito de Viçosa Dr. Raimundo Alves Torres, o Arcebispo de Mariana, Dom Oscar de Oliveira, notável historiador, celebrou em frente ao Santuário Santa Rita perante as autoridades, milhares de fiéis e vários sacerdotes a Missa de Ação de Graças pelo Centenário da  desta cidade.  A vila foi  instalada  em Viçosa apenas  no 22 de janeiro  de 1873.  Dia 30 de setembro de 1961, convidado pelas autoridades civis e eclesiásticas viçosenses este articulista  proferiu oração gratulatória no Santuário Santa Rita pelos 90 anos de Viçosa, ocasião em que mostrou a importância desta cidade no cenário nacional e internacional. Hoje, mais do que nunca, os fatos históricos  devem ser lembrados para que o amor à Cidade leve os cidadãos a colaborarem com entusiasmo para uma sociedade cada vez  mais humana, progressista. Como o homem vive na Cidade ele se torna co-responsável pelos concidadãos e pela sua pátria. Ser-no-mundo, ele interfere, quer queira, quer não, no desenrolar dos acontecimentos. No vir-a-ser contínuo ele se aperfeiçoa e coopera no aprimoramento do meio sócio-econômico no qual está imerso. Negar esta abertura para o outro e para a sociedade como um todo é tramar contra si mesmo. A construção cotidiana de si mesmo é tarefa essencial no viver do ser pensante. Esta será sempre a melhor maneira de se mostrar gratidão para com a cidade que tanto enobrece seus filhos. O exercício da cidadania  resulta também  de certas práticas importantes  como o hasteamento das Bandeiras da Nação, do Estado e do Município. Ritual, igualmente, fonte de motivação para um civismo que leve a ações concretas para o bem comum. O Dia da Cidade oferece oportunidade para a estas reflexões e que Viçosa se torne sempre mais viçosa para glória de Minas e do Brasil!