A INTERCESSÃO DOS SANTOS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Há esta passagem do Evangelho quando Jesus disse a Tomé: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (Jo 14,6). Lemos em São Paulo: “Não há senão um só Deus, um só é também o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus que se entregou a si próprio por todos.”(1 Tm 25).
Muitos pensam que estas assertivas dispensam a intercessão dos santos. Em primeiro lugar, é preciso saber que Jesus, realmente, quis dizer a Tomé que Ele é a única via para se ir ao Pai, por ser ele o nosso único mediador, como reiterou São Paulo e isto quer dizer que Ele possui a mesma natureza do Pai e por isso está no Pai, como o Pai está nele. Quem conhece a Jesus, sua doutrina e suas obras, que são doutrina e obras do Pai, pode e deve, pela fé, conhecer também o Pai. Ele é o mediador nato, porque apresentou a Deus satisfação adequada pelos pecados de todos os homens, oferecendo sua vida e isto com o fim de redimi-los.
No sentido estrito da palavra mediador somente Jesus que foi capaz de alcançar a reconciliação com Deus. Há, porém, uma mediação subordinada participada da mediação de Cristo.
O mediador subordinado é sempre dependente do Redentor. Explica o Concílio Vaticano II na Constituição dogmática “Lúmen Gentium”: “O consórcio com os Santos nos une também a Cristo, do Qual como de sua Fonte e Cabeça promana toda graça e a vida do próprio Povo de Deus. Convém portanto sumamente que amemos esses amigos e co-herdeiros de Jesus Cristo, além disso irmãos e exímios benfeitores nossos, rendamos devidas graças a Deus por eles, “os invoquemos com súplicas e que recorramos às suas orações, à sua intercessão e ao seu auxílio para impetrarmos de Deus as graças necessárias, por meio de Seu Filho Jesus Cristo, único Redentor e Salvador nosso”. Pois todo o genuíno testemunho de amor manifestado por nós aos habitantes do céu, por sua própria natureza, tende para Cristo e termina em Cristo, que é “a coroa de todos os Santos”, e por Ele em Deus que é admirável nos seus Santos e neles é engrandecido”. A eficácia da mediação subordinada dos santos, sobretudo, da Virgem Maria, Mãe de Jesus, descansa solenemente na mediação única de Cristo.
Com relação a Maria, no mesmo Documento ensina o Vaticano II: “As varias forma de piedade para com a Mãe de Deus, que a Igreja aprovou dentro dos limites da sã e ortodoxa doutrina, segundo as condições dos tempos e lugares e a índole e capacidade dos fiéis, fazem com que enquanto se honra a Mãe, o Filho por causa de Quem tudo foi criado (Col 1,15-16) e no qual por agrado do Pai eterno reside toda a plenitude (Col 1,19) seja devidamente conhecido, amado, glorificado e que sejam guardados seus mandamentos”. Célebre o axioma de São Bernardo: “Ad Jesum per Marian” – ir a Jesus por meio de Maria.
Os hinos de ação de graças que são elevados a Ela e aos santos, desde o início do cristianismo, por tantas graças obtidas, são uma prova de quão poderosa é intercessão deles junto do trono de Cristo.
* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
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