quinta-feira, 25 de agosto de 2022

 

CARREGAR A CRUZ DE CADA DIA

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

No Evangelhos de hoje Jesus nos deixa três advertências, três renúncias às quais devem aderir todos os que querem se tornar seus discípulos (Lucas 14, 25-33). Cumpre encher todos os lugares afetivos, sejam quais forem, sob o ângulo da resposta sincera a Ele; carregar a cruz de cada dia, seguindo-o em tudo; estar disposto a se desapegar de tudo que é da ordem do ter e não do crescer espiritual. Duas curtas parábolas tem por finalidade fixar a atenção nestas realidades. Tal o objetivo da parábola do homem que quer construir uma torre e a do rei que quer partir para a guerra. Trata-se do planejamento que garante o bom êxito do empreendimento em vista. O Mestre divino, porém, foi claro mostrando que quem não renuncia a tudo que tem não pode ser seu discípulo. É de se notar, como o fazem diversos comentaristas, que Cristo não se dirige especialmente a monges e religiosos que fizeram votos de pobreza, mas a todos e todas que vivem na cidade dos homens e se dizem cristãos. É que isto faz parte da sublimidade   das Bem-aventuranças, da excelsa aventura da fé. Quando se trata de construir uma torre ou de enfrentar uma guerra é facultativo a cada um se entregar a tal empreendimento, mas quando se trata de seguir Jesus a disponibilidade deve ser absoluta. Com efeito, amar a Deus sobre todas as coisas, se tornar discípulo de Jesus não é facultativo, mas sim a única urgência da vida do batizado.  Eis porque a prudência consistirá frequentemente a tudo   sacrificar para estar unido a Deus que nos ama e para trabalhar pelo seu reino, a resposta sensata será se tornar preso à vontade divina, a tudo transferir na conta de Cristo, dado que a verdadeira riqueza será encontrar-se livre de todo entrave terreno e deixar que Deus nos livre de todas as nossas misérias terrenas. O autêntico cristão deverá poder sempre afirmar que ele ajuda os outros a viver, servindo-os, pois é isto que é ser cristão, porque Deus tudo sabe e quer que assim se proceda. Tal a exigência de nossas reponsabilidades cristãs, de nossas necessidades familiares e comunitárias, dando cotidianamente, livremente, nossa resposta a Deus numa renúncia consciente e real, tomando a cruz de cada dia. A vida é um dom de Deus e Jesus veio nos mostrar de que maneira vivê-la em plenitude, porque ela não é uma finalidade em si, mas ela nos abre para a vida eterna. À hora de nossa morte seremos julgados não por aquilo que tivermos ajuntado, não pela nossa notoriedade ou nossos sucessos sociais, mas pela fé que tenhamos realmente vivido e sobre o amor que tenhamos partilhado. Quando Cristo nos fala em tomar a cruz de cada dia, Ele nos diz simplesmente que saibamos nos ultrapassar, renunciar à nossa própria vontade para fazer a vontade divina. Renunciar a si mesmo é uma cruz que não se pode carregar senão com um amor a qualquer coisa maior do que aquela que se deixa de lado, qualquer coisa superior a nós mesmos que no caso é Deus. Carregar a cruz não significa nada de masoquismo, de dolorismo, mas uma escolha de conduta por amor a Deus e aos outros. É de se notar que a vida está repleta de provas e de contrariedades contra as quais não adianta simplesmente revoltar. O Mestre   divino nos chama a viver com Ele, porque Ele é o único que pode tudo fazer concorrer para o nosso bem e o bem do próximo e para a glória dele, Todo-poderoso Senhor. Acatar com fé e confiança todas as provações por maiores que sejam, grandes ou pequenas, isto é carregar a cruz de cada dia. Isto não é fatalismo, ou renúncia a todo combate, mas, ao contrário, é fazer face a todo esforço de cada hora por amor a Deus e aos irmãos. Deus, contudo, nunca nos deixa sós, mas para se chegar a viver com Ele, por Ele e nele é preciso orar e sobretudo ter sempre para Ele um lugar dentro do nosso coração. Assim sendo, o cristão a cada dia vai se tornando uma pessoa nova.  É que discípulo significa seguidor, ou seja, na alheta do Mestre ser como Ele, pensar como Ele, existir como Ele. Viver com Jesus e o acompanhar seja onde for. Ele deve ocupar o primeiro lugar na vida de seu seguidor. Colocar a confiança nas coisas terrenas é impedir entrar em plenitude no reino de Jesus. Ninguém pode obter o dom da vida eterna se não estiver disposto a sacrificar as coisas terrestres para a obter. Um cristão rico pode entrar no reino dos céus, como o pobre, com a condição dele sujeitar seu coração e suas afeições à vontade de Deus e a Jesus que   é o caminho, a verdade e vida. Suas afeições e suas esperanças não se acham nos bens passageiros deste mundo. O verdadeiro seguidor de Jesus ajunta tesouros mas no céu e não nesta terra, carregando a cruz de cada dia. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

 

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

 

TODO AQUELE QUE SE EXALTA SERÁ HUMILHADO

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Jesus tomava refeição em casa de um dos principais fariseus que o havia convidado (Luc 14,1.7-14). Como notam os exegetas, geralmente, os convidados mais importantes eram os últimos a chegar e talvez fosse preciso dar o lugar no último momento para um fariseu de renome. Seja como for, um detalhe não escapou a Jesus, dado que não havia sobre a mesa pequenos cartões nominativos, e assim cada um ao chegar procurava se assentar nos melhores lugares, o mais perto possível do senhor da casa. A preocupação com a questão da honra Cristo a reprovava frequentemente aos escribas e fariseus, isto é, aos intelectuais e praticantes da sinagoga, sendo que Ele censuraria o mesmo aos seus apóstolos, isto como uma atitude censurável. O Mestre divino se aproveitava sempre das circunstâncias para dar uma lição. Trata-se, no caso, da relação do homem com Deus, do homem convidado com Deus que o convida.  O banquete das bodas era, no tempo de Jesus, uma imagem clássica do Reino de Deus e os ouvintes compreenderam muito bem o provérbio que conclui a parábola:” Aquele que se eleva será humilhado por Deus! Aquele que se humilha será exaltado por Deus”! Cada um de nós é um convidado pelo Criador à sua mesa, portanto à sua intimidade, mas cada um é convidado entre outros. Ao olhos de Deus há os que são mais dignos não necessariamente os mais cultos, os mais ricos, os sacerdotes, os religiosos, mas aqueles e aquelas cuja vida inteira é uma resposta de amor ao seu convite amoroso, aqueles e aquelas cuja alegria é fazer cada dia a obra do Pai   e cujas ações coincidem com o projeto divino de salvação. Deus conhece os mais merecedores, os mais santos, isto é, os mais perfeitos, mas não colocou indicativos na mesa para ninguém. Ninguém conhece os nomes e o mais seguro para cada um é ficar humildemente no último lugar. Isto não implica nenhuma negligência de nossas responsabilidades como cidadãos e cristãos. Ser chefe, ser responsável, ser educador, mas sem dureza ou fraqueza é frequentemente uma maneira autenticamente evangélica de ficar no último lugar. É, outrossim, uma magnífica escola de humildade e uma ocasião diária de oferecer a Cristo a participação no seu cuidado de Pastor. Deste modo, cada um de nós é convidado, chamado, amado. Acontece, porém, que cada um de nós tem que fazer de sua parte convites e assim o ensinamento de Jesus se multiplica em novas perspectivas. Cristo, como sábio Mestre, parte sempre da vida concreta. Convidar é agradável e fácil quando se trata de parentes ou de amigos com os quais facilmente se convive, mas surgem problemas desde que se trate de modificar nossos hábitos, ultrapassar mentalidades arraigadas ou ignorar certas barreiras da vida social. Nossos convites muitas vezes supõem reciprocidade no acolhimento não tanto pela estreiteza de mente ou avareza, mas pela facilidade ou porque o horizonte de nosso coração é tocado muito facilmente pelo egoísmo. Jesus está a nos dizer:” é preciso ir além das categorias, saber deixar a atmosfera que tu amas, abrir tua vida àqueles que não têm nada a retribuir, nem serviço nem compreensão, nem amizade nem gratidão”. Cristo quer nos ver imitar a generosidade do Pai que nos reúne sempre para seu festim, nós os pobres, pobres de bens materiais ou de recursos culturais, pobres de amizade ou de esperança, nós os estropiados, feridos nos caminhos da vida e que guarda  as cicatrizes  do passado, nós os coxos que após anos de graças vamos a Deus sem ousar crer no seu amor, nós os cegos que cremos  ver e que cremos saber, mas   que  tropeçamos  nas incongruências  nossa própria vida e que pretendemos, não obstante, aprender de Deus por qual caminho devemos seguir. É um dever para nós deixar transformar por esta generosidade de Deus, por esta largueza do coração divino. Diante de Deus não há de um lado uma Igreja dos puros, dos lúcidos e emancipados e de outro lado a Igreja dos enjeitados. Para o festim de Jesus muitos são os convidados com suas diferenças e suas preferências, mas todos necessitados de perdão, todos assentados humildemente nos últimos lugares, mas contentes por fazerem parte do banquete divino. Cumpre portanto compreender as atitudes surpreendentes propostas no Evangelho de hoje, ou seja, “quando fores convidado vai te colocar no último lugar”, [...] “quando deres um banquete convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos”. Jesus indica, porém, um benefício futuro: “ser-te-á retribuído na ressurreição dos justo”. Sábias lições a serem colocas em prática! * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

 

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

 

A ASSUNÇÃO DE MARIA

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Ao celebrarmos a Solenidade da Assunção da Virgem Maria de corpo e de alma ao céu recordamos que todo esplendor que envolve este glorioso dogma de nossa fé procede da profunda humildade da Mãe de Jesus. Ao ensejo da Visitação de Maria a sua prima santa Isabel no seu belíssimo hino o “Magnficat” ela, num instante de pulcra inspiração, afirmou que Deus olhou para a humildade de sua serva (Luc 1, 39-56). São Bernardo nos diz que a Virgem subindo ao céu aumentou consideravelmente a felicidade de quantos já lá estavam. Este santo ajunta estas palavras preciosas: “Nossa terra oferece ao céu um presente valiosíssimo, para selar com este fato uma aliança feliz entre o mundo humano e o mundo divino, a terra e o céu. O melhor fruto    da terra subiu até os lugares donde descem os dons e as graças.  Estabelecida nas alturas, a Virgem bem-aventurada, de sua parte ofereceria   presentes aos homens. O primeiro dom que ela faz chegar até nós é a Palavra que ela soube guardar fielmente no seu coração, fazendo frutificar depois seu silêncio acolhedor. Com esta Palavra no seu espaço íntimo, no seu seio imaculado, ela gerava a Vida para todos os homens e foi quando Ela se pôs a caminho para uma cidade de Judá, entrou na casa de Zacarias, saudou Isabel e então raiou o júbilo. Tanto que Isabel que estava grávida de João Batista lhe diz:” Logo que eu escutei tuas palavras de saudação, o menino vibrou de alegria dentro de mim (Lc 44). Maria então brindou a humanidade com um dos mais belos hinos registrados na Bíblia: “Minha alma exalta o Senhor, meu espírito exulta em Deus meus Salvador (Lc 1, 46-47). Que sublime presente o céu nos deu com o Cântico de Maria. Neste Cântico encontramos os elementos para compreender como o humano e o divino, o terrestre e o celeste se mesclam e podem assim reagir. O dom de Deus aos homens e um presente da humanidade para Deus. A humildade que contemplamos em Maria é condição basilar para ascender até Deus. O dogma da Assunção de Maria ao céu de corpo e alma é um mistério que nos toca diretamente, porque é Deus que vem alimentar nossa esperança nos chamando por Maria à finalidade de nossa vida destinada a uma glória eterna. Se formos fiéis a este Deus no fim de nossa trajetória terrena seremos em plenitude tomados por Deus e em Deus. São Bernardo compara as virtudes da virgindade e da humildade de Maria e sublinha: “A   virgindade merece recompensa, a humildade é uma exigência. Vos podeis ser salvos sem a virgindade, mas não sem a humildade.  A humildade foi a virtude que abriu o céu a Maria, Ela é Mãe da obediência da fé e da docilidade ao Divino Espírito Santo. Nesta solenidade da Assunção rendendo graças a Deus pela glorificação desta Virgem bendita saibamos imitar todas as suas exímias virtudes. É deste modo que cada um estará preparando o instante de sua partida desta terra repousando na esperança da glória eterna. Podemos, de fato, repetir com Santa Isabel o louvor que ela dirigiu a Maria: “Feliz aquela que acreditou no cumprimento das palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor”. Em Maria todos os mistérios de Deus se realizaram.  A realização das promessas divinas foi a resposta à fé de Maria, atitude que a guiou durante todos os dias de sua vida.  Ela sempre acreditou e se tornou um modelo acabado de fé. Suportou as mais duras provações sobretudo durante a Paixão de seu divino Filho que veio a morrer no alto de uma cruz tendo-a corajosamente de pé junto a si, jamais duvidando do mistério salvífico de Jesus. Também ela foi a primeira a acolher a Ressurreição de seu divino Filho reconhecendo a fidelidade de Deus, pois ela nunca duvidou das promessas divinas. A exemplo de Jesus ela um dia morreria, mas sua morte foi qual suave sono do qual logo despertou para entrar na glória celeste como hoje estamos festejando. Ela não conheceu a corrupção do túmulo, pois seu Filho logo a tomou para sua glória e sua assunção foi um fruto da ressurreição de Jesus. O povo cristão sempre acreditou que ela não conheceu a degradação do sepulcro mas que seu Filho a tomou logo em sua glória.  Imitemos suas virtudes e um dia estaremos com ela lá no céu. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

 

JESUS VEIO ATEAR FOGO SOBREA TERRA

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Como Jesus vislumbrava sua missão nesta terra está bem sintetizado no Evangelho de hoje (Lc 12, 49-53), no qual aparecem palavras relevantes do Mestre divino. A primeira é a imagem do fogo: "Eu vim lançar fogo sobre a terra e que mais desejo senão que ele já esteja ateado?” De acordo com os antigos profetas de Israel o fogo evocava o julgamento de Deus no fim dos tempos. Aqui, porém, se trata de outro aspecto, porque João Batista tinha anunciado a respeito de Jesus: “Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo”, fato que iria se realizar no dia de Pentecostes, quando Jesus ressuscitado O enviaria em línguas de fogo sobre seus discípulos reunidos no Cenáculo. Foi então que, segundo São Lucas, “ficaram todos repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o mesmo Espírito Santo lhes concedia que exprimissem” (Atos 2,3) O incêndio de Jesus neste mundo é, portanto, o fogo do Espirito Santo, purificando tudo, abrasando tudo, iluminando todos os homens. Tudo isso graças à palavra levada até o fim do mundo pelas testemunhas do Evangelho. Jesus dizia: “E que mais desejo eu, se este fogo já está ateado”? A este anelo de Cristo devemos responder pessoalmente, porque o fogo de Jesus arde em nós depois de nosso batismo até a hora de nossa morte. A este desígnio divino precisamos corresponder pessoalmente. De fato, depois que o Pai   pôs em nós no dia do batismo o selo de seu Espírito, Ele deve arder em nós como todos os fogos que abrasam e crépida. Desta imagem do fogo Jesus passa para a figura da água: “Num banho devo ser imergido e que ânsia que eu sinto até que ele se realize!”  O batismo é um mergulho na água em vista da purificação. Entretanto, Jesus já havia sito batizado por João Batista no Jordão e, além disto, Ele nunca teve necessidade de qualquer limpeza espiritual, Ele que era o Santo de Deus. É que, na verdade, o mergulho que Jesus entrevia era, porém, uma imersão nas águas do sofrimento. Ele percebia que breve ocorreria a Paixão que o iria submergir nas grandes águas de terríveis tormentos, a Ele o justo para que fosse purificado todo o gênero humano. Ele ansiava que este batismo fosse cumprido. Deste modo, se realizariam os intentos do Pai, pois sua dolorosa Paixão e Morte dariam a vida eterna a todos os homens. Além disto, ele mesmo o próprio Filho de Deus deste modo mundo era um pensamento familiar a Jesus.  No episódio envolvendo Tiago e João Jesus Lhes pergunta se eles seriam capazes de O seguir até o martírio. Deste modo Jesus deixava claro que pagara purificar este mundo com o fogo do Espírito Santo ele mesmo devia passa pelo batismo dos sofrimentos. Quanto a seus seguidores Ele deixaria claro: “Se alguém quiser ser meu discípulo renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”. É assim que se pode compreender outra palavra misteriosa de Jesus: “Julgais que eu vim estabelecer a paz nesta terra? Não, mas vim estabelecer a divisão”. É que no caminhar terreno se Jesus incita a paz, por vezes, por entre as incompreensões as lutas diárias a fidelidade a Cristo deve superar todas esta dificuldades e os discípulos de Jesus tantas vezes são incompreendidos, rejeitados mesmo entre os que lhe são caros.  Muitas vezes se deve sair de um certo conforto espiritual optando pela total aldesão ao Mestre divino. Torna-se por vezes o cristão sinal de contradição que não é intransigência nem mau humor mas umaquestão de coerência no total seguimento do Filho de Deus. Este exige sempre correção em tudo e não admite qualquer falsidade. Deste modo o engajamento em Cristo até à cruz para a salvação dos homens deverá corresponder à coragem do batizado em testemunhar sua completa adesão a Ele, sendo para todos e em tudo modelo de uma completa fidelidade a seu Senhor antes de tudo e de todos. Belas lições do Evangelho de hoje. Ser cristão não é ter uma vida isenta de sofrimento, mas é ter uma vida na qual se ame a Deus e aos outros mais do que a si mesmo. Ser cristão é viver o desafio do amor no coração de nosso mundo. É deste modo que o Espírito Santo, que é verdade, chama à santidade. Este Espirito Santo, fogo devorador   no fundo de cada coração * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.