A NECESSISDADE DA CONVERSÃO
Côn. . José Geraldo Vidigal
de Caralho
São Lucas agrupou três mensagens de
Jesus, tendo todas elas uma mesma direção, a saber, a necessidade de se
converter quando é tempo e quando ainda há tempo (Luc 13,1-9). Três situações
diferentes, ou seja, os Galileus morreram por causa da crueldade de Pilatos;
dezoito pessoas debaixo dos escombros da torre de Siloé em Jerusalém, resultado
da falta de sorte, pois estavam num mau lugar e num mau momento: a figueira foi
arrancada porque se mostrava improdutiva durante quatro anos, ocupando
inutilmente o terreno onde se achava. Há nuances no ensinamento do Mestre
divino. Quanto ao primeiro episódio, Jesus reage a uma má notícia que lhe
anunciam e põe Ele mesmo a questão: ¨Credes vós que estes Galileus eram mais pecadores
que os outros Galileus para ter sofrido tal sorte?” A resposta vem em duas
etapas: de uma parte ninguém pode desejar para tal homem um castigo e dizer que
tal sofrimento, tal morte foi uma punição, de outra parte ninguém pode tirar de
Deus o poder de dar a cada um segundo suas obras. No que diz respeito ao
segundo episódio, recordando a catástrofe de Siloé, o ensinamento é o mesmo, a
saber sua dívida não era tão grande, não se veja na sua morte uma penalidade,
mas que todos aceitassem a conversão. No caso da figueira estéril não se trata de
uma crueldade, nem de uma catástrofe, mas lembra a lentidão, a esterilidade do
Evangelho em certos momento s da vida do cristão. Cada um ocupa um lugar nesse
mundo, mas qual é a fecundidade de seu apostolado? Deus no tempo oportuno vem
procurar os frutos para sua Igreja, frutos de caridade ativa ou frutos do bom
exemplo que arrasta e converte os outros. Aqueles que usufruem do tesouro da Igreja,
dos sacramentos, da fé, das riquezas da vida fraterna e do devotamento dos
irmãos e irmãs, quais são as flores da paz e os frutos da alegria que oferecem?
Jesus exige uma resposta suave, mas radical. Tão radical que não cessemos em
todas as nossas ações de mostrar o vigor e a autenticidade de uma resposta construtiva
em todas as ações cotidianas. Entretanto nesta radicalidade Jesus manifesta que
isto é fonte de alegria interior para quem bem procede em todos os seus atos.
Eis em tudo isto os elementos essenciais para a esperança cristã de como se
deve viver em espírito constante de conversão interior que se reflete no
exterior. Tal deve ser o ideal que move o cristão em vista ao vigor espiritual,
numa renovação de fecundidade, porque Deus não se conforma nunca com a morte de
quem nada produz. Jesus está sempre trabalhando na conversão de cada um, pois
paralisar na vida espiritual leva a um grande retrocesso. Não se deve ser nunca
ser uma videira estéril. Para isto é preciso muita humildade, simplicidade,
coragem e uma boa dose de confiança na graça divina. Cumpre ao cristão um
trabalho de conversão ininterrupta numa correspondência absoluta à graça de
Deus. Como a Virgem Maria sempre dar um sim a Deus, um sim numa vida que
reflete em tudo a vontade de Deus, vida fecundada pelos dons divinos. Jesus
quer nos levar à plena consciência da realidade da própria vida e do próprio
coração vivendo em plenitude o espírito de conversão, de penitência, estando
preparados para o momento da inevitável morte de cada um. Ninguém é eterno
neste mundo, mas é eterno no coração de Deus que chama cada um para a vida duradoura
junto dele quando Ele o quiser. Daí total confiança nele, quando se está então
preparado para o encontro com Ele no dia do julgamento, O alerta de Jesus é
claro:” Se não vos converterdes, perecereis todos igualmente”. É preciso então viver
em plenitude a verdade. Jesus se serviu de todas as oportunidades para nos evangelizar
Sua missão foi de salvar cada alma e fazer cada um chegar à verdade, vivendo
segundo ela com profundo espírito de penitência. Cumpre, portanto, a cada um
verificar sua maneira de viver Uma vida honesta, plenamente engajada em fazer a
vontade de Deus. Cada cristão deve olhar para dentro de si mesmo o mais profundamente
possível para corresponder à graça divina e cortar tudo que impede uma real
conversão de vida e isto com toda sinceridade. Cortar as falhas interiores e
qualquer fissura espiritual. Tudo isto com muita sinceridade deixando a luz de
Deus entrar para iluminar toda sua vida. Para que tudo isto aconteça é
necessária uma profunda humildade a embeleza a alma, possibilitando a ação
santificadora dos dons divinos, levando à perfeição espiritual. Quem é humilde
reconhecendo suas fraquezas, e imperfeições trás para dentro de si todas as
mensagens do evangelho de hoje que levam ao arrependimento, convertendo-se
sempre para um procedimento melhor. Jesus está a clamar para uma vida honesta
que dê sempre frutos espirituais. Que o portador da vida divina deve sempre
ostentar. O esforço que se faz na vida espiritual ultrapassa a própria vida. Do
bom cristão engajado na vida familiar e na vida social em geral. . É que este cristão
vive enraizado no Evangelho e nutrido pela graça divina de sorte que possa
Jesus dele se servir para sua obra salvadora. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
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