quinta-feira, 25 de novembro de 2021

 

PREPARAR O CAMINHO DO SENHOR

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

É preciso com confiança prosseguir na marcha para o Natal, ou seja, “ Preparai o caminho do Senhor” (Lc 3,1-6). À maneira bíblica, como notam os intérpretes da Sagrada Escritura, São Lucas, situa o ministério do profeta Jesus, referindo-se aos reis e príncipes contemporâneos. Estes dados históricos que são confirmados pelas inscrições e crônicas da antiguidade servem sobretudo para precisar em que clima político e espiritual vão ressoar a mensagem de João Batista e, depois, a mensagem de Jesus. Os tempos são outros e a Judéia, depois de vinte anos, não é mais senão uma província do império romano. Tibério, o imperador, está longe, mas o prefeito Põncio Pilatos administra então o país com mão de ferro.  Quanto a Caifáz, o sumo sacerdote judaico, indicado pelos romanos para o cargo no qual está depois de dez anos, foi com sua diplomacia e sua astúcia que ele conservou sua posição mais política do que religiosa.  Na Galileia, como em Jerusalém, as manifestações nacionalistas eram severamente reprimidas e os filhos de Israel pressionados, humilhados pelo ocupante e isto sem um futuro político e, assim somente em Deus podiam colocar sua esperança. Uma espécie de sede espiritual crescia em certos grupos daqueles que criam no Ser Supremo. Escutava-se mesmo falar, na época de João Batista, de comunidades quase monásticas, reunindo homens, mulheres e jovens que eram criados, aqui e ali, não longe do Mar Morto e que guardavam as tradições ascéticas dos Essênios, movimento judaico antigo do segundo século antes de Cristo. Foi então que a palavra de Deus se fez ouvir a João, filho de Zacarias, no deserto, onde o Espírito Santo o havia conduzido. João deixou seu longo retiro no deserto e se pôs a pregar na região do Jordão, novamente populoso, e as multidões chegavam até ele para se fazer batizar. O rito do batismo não era, naquela época, uma novidade absoluta. Diversos movimentos religiosos o praticavam, por exemplo, na comunidade de Qumram, às margens do Mar Morto. Banhos cotidianos reservados aos membros dos essênios que exprimiam seu ideal de pureza moral no aguardo de uma purificação radical que deveria vir. Em muitos aspectos o batismo proposto por João se modelava segundo os usos correntes. Entretanto era oferecido a todos e não somente aos membros mais meritórios de uma seita e não era recebido somente uma vez, como último preparativo ao batismo no Espírito Santo que somente o Messias poderia ofertar. Além disto, o batismo do Jordão era ministrado pelo jovem profeta João em nome de Deus que o havia enviado. Sobretudo a seus olhos a conversão era pressuposto indispensável, pois os discípulos não deviam se contentar em proclamar seu ideal pelas abluções rituais. Era-lhes necessário se afastar de sua vida pecadora e se orientar resolutamente para Deus para fazer sua vontade e se preparar para o perdão dos pecados, desde que o Reino de Deus fizera irrupção no mundo. A força de convicção de João Batista era tal que ela evocava irresistivelmente uma outra grande voz profética ouvida cinco séculos antes e que trazia, da parte de Deus, uma mensagem de esperança e de conversão:” Desimpedi no deserto o caminho do Senhor. E aplainai na estepe a estrada para o nosso Deus (Isaias 40,3). Esta rota de que fala o profeta era rumo a Jerusalém a terra dos ancestrais. Era um itinerário para os pobres, para que Deus viesse a eles. Tratava-se de um caminho especial que Deus mesmo iria percorrer com seus pobres. Deus com eles vai atravessar o deserto, Deus com eles vai entrar no pais e sua gloria vai se revelar. Passando no deserto pela estrada de Deus os pobres de Israel encontrariam o caminho de sua própria liberdade. É exatamente isto que João Batista então anunciava. Note-se que ele não diz “Convertei-vos para possibilitar a vinda do Messias que haveria de vir”, mas “Convertei-vos porque Ele vem!” Isto é certo, é iminente e é necessário se colocar a caminho com Ele. É bem este o sentido do Advento que estamos vivendo com toda a Igreja. É preciso se preparar para o Natal para festejar o Filho de Deus que veio, que vem sem cessar no meio de nós. Acolher Jesus, o Messias de Deus, recebê-lo como Salvador é resolver partir com Ele; é tomar com Ele o trajeto salutar, porque Ele vem entre nós para nos conduzir ao pais da glória, isto é, do amor do Pai que deve ser o objetivo do mundo e da história dos homens. Jesus, o Filho de Deus, vem entre nós para compartilhar conosco em nossa caminhada com Ele, atravessando o deserto de nossa história coletiva ou de nosso percurso pessoal. * Professor no Seminário de Mariana 40 anos.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

 

VIGIAI SEMPRE E ORAI

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Estamos iniciando o Advento e a Liturgia nos leva a examinar a nossa vida cristã para verificarmos se, de fato, a nossa atenção se concentra inteiramente na presença de Jesus que deve envolver toda a nossa existência. Daí a necessidade da vigilância e da oração, pois o Filho do homem, que veio no Natal, voltará um dia e deverá nos achar firmes na sua presença (Lc  21, 25-28: 34-36). O perigo seria a desatenção por força das preocupações terrenas e, sobretudo em nossos dias, quando se vive o impacto das modificações tecnológicas dentro da história, É preciso estar atentos aos sinais dos tempos. Vigilância porque o Senhor que vem, voltará um dia e será preciso viver em função desta expectativa, mesmo porque a volta de Cristo será surpreendente. Cumpre então estar vigilante na fé. Trata-se então de viver um engajamento radical e uma renúncia a tudo que possa desvirtuar nossa ação nesta marcha para estes dois encontros com Cristo. Jesus veio a este mundo para instaurar o Reino de Deus e voltará para verificar como vivemos vigilantes dentro desta realidade sublime. Todas as ações realizadas à luz da gratuidade dos dons de Deus que exige da parte do cristão plena consciência da seriedade de sua responsabilidade. Vigilância total para uma correspondência ao amor do Filho de Deus que veio e virá e isto exige a audácia da confiança, o abandono numa prece contínua que leva à disponibilidade para servir sempre a justiça do Reino. Trata-se de uma esperança dinâmica que deve induzir a excluir tudo que possa impedir acolher em plenitude o Reino que o Filho do homem veio instaurar nesta terra. Jesus veio para fazer novas todas as coisas e sua outra vinda nos fim dos tempos ilumina assim a esperança do cristão sempre vigilante na oração, mesmo porque não se sabe quando será este novo retorno. Este acontecimento final, inimaginável, vai além das descrições simbólicas que a Bíblia nos apresenta e Jesus foi claro: “O Filho do homem virá na hora em que vós menos esperais”. Assim sendo, a vigilância não ajuda em nada a prever o dia da segunda vinda de Cristo, mas nos deve levar a viver o dia a dia, o presente, abertos à expectativa futura na oração e assim esta vigilância é essencial. Ela espera todo e crê tudo. Fruto da confiança em um Deus maior que os projetos humanos, leva a aceitar o imprevisível como marca da liberdade, da fé, da esperança e do amor a Deus. Isto numa trajetória que possibilita a superar rupturas por vezes dolorosas que fazem parte da caminhada de cada um neste mundo. O importante é aguardar o evento final, visando ter méritos diante deste Jesus que veio e que voltará um dia Aí o papel da prece, da união continua com Jesus, força espiritual, anazopiren, numa generosidade contínua na prática do bem. Vigiar e orar na preparação da celebração do mistério do Natal, discernir o nascimento do Filho de Deus até nas situações de pobreza humana, de fragilidade social, de vulnerabilidade das pessoas para perceber, em tudo, o encontro do tesouro que se oferece a todos nesta expectativa da volta um dia do Filho do homem, caminhando cada um à luz do Senhor. Daí a necessidade de orientar todas as aspirações para uma preparação condigna das vindas de Cristo. Trata-se, portanto, de uma atitude que vai além da mera previsão humana para ultrapassar as vicissitudes provenientes das transformações sociais, indo além da mera previdência humana. Todo cuidado é pouco, tanto mais que a sociedade atual é rica de possibilidades, mas também é complexa e pode enganar os incautos com suas solicitações, propostas tantas vezes enganosas. Prever é importante, mas a vontade de tudo dominar pode desviar a atenção do essencial que é a glória prometida aos que forem sempre fiéis a Jesus. Não se pode deixar dominar por aquilo que é passageiro, dado que é certíssima a outra vinda de Jesus. Cumpre ter sempre a lâmpada da fé acesa e, como diz o salmista, esta lâmpada é a Palavra que deve iluminar nossos passos, nossa caminhada terrena. Donde ser necessário sempre meditar a Palavra de Deus e estar enraizado no Senhor. Vigar e orar é crer que Jesus veio e voltará no fim dos tempos, devendo estar seu discípulo imerso na esperança de suas promessas de vida eterna. Toda a vida, assim, orientada para sua vinda no fim dos tempos. Vigilância e oração após encontrar Jesus no seu Natal e O aguardar na consumação dos tempos. Fazendo disto prioridade na própria existências. Jesus passa na vida de cada um discretamente e, portanto, orar em todo o tempo. Atenção, pois, contínua à vida interior que deve ser vida de prece, estando-se de vigia. Vigilância do verdadeiro cristão que adere às realidades espirituais sem se refugiar erroneamente no imaginário, mas crendo firmemente em tudo que Jesus ensinou e prometeu, acolhendo as reponsabilidades inerentes à vida cristã. Isto com toda a lucidez interior, tendo espírito crítico ante os apelos materiais, sendo profetas para todos na realização um dia de tudo que o Filho do homem garantiu para seus seguidores. Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

 

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

 

CRISTO REI, CUJA REALEZA NÃO É DESTE MUNDO.

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

Pilatos indaga a Jesus “Es tu o Rei dos judeus”? (Jo 18,333-37). De onde, porém, vem esta questão para Pilatos? Observe-se, inicialmente, que Ele era um homem de Estado, encarregado da segurança pública e para a isto tinha poderes especiais. Jesus, contudo, que não se envolvia neste jogo de poder, responde simplesmente que ele não tem milícias para o defender: “Meu reino não é deste mundo”. Pilatos que se apresentava com autoridade põe de novo a questão: “Então, tu és Rei”? Jesus percebe que este homem sobre o qual repousa tanta responsabilidade acabava de registrar uma notável realidade e replica: “É tu mesmo que dizes que eu sou rei”. Assim sendo era o homem que elaborara a questão e não mais o representante do império romano. Era algo que lhe vinha do mais profundo de si mesmo, lá onde Deus age, lá onde a verdade encontra seu caminho. Aliás, Jesus acentua: “Eu vim ao mundo para dar testemunho da verdade”. Aí estava a Boa Nova da qual Ele era o mensageiro. Seu reino, porém, não era deste mundo. Assim sendo, as duas realidades, o mundo no qual nós vivemos e o reino dos céus não são antagônicos. Cristo pela sua encarnação fez de nós um reino e Ele tem os seus olhos sobre nós e nos ama. Da parte dos homens, porém, pode ou não haver correspondência a este amor. Pelo batismo o cristão tem a responsabilidade de fazer germinar no mundo o reino dos céus, sendo profeta desta boa nova. É isto que vem recordar a festa de Cristo Rei, lembrando a responsabilidade do batizado em fazer crescer este reino celeste que Cristo veio implantar nesse mundo, Ele que é o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Ultimo, o Princípio e o Fim (Apóc. 22,13), o Soberano do universo. Jesus é rei não à amaneira do mundo, porque Ele veio para reinar nos corações e não para dominar os povos. Isto Pilatos não pôde compreender. Foi em nome da Verdade e do Amor que Jesus aceitou ser entregue ao poder inimigo, dominador e invasor de territórios terrenos, de riquezas deste mundo. Aquele que ama a Verdade escuta a sua voz e a segue, mas nem todos assim procedem. Eis aí a lição capital de Cristo Rei que exige submissão integral à fé. Isto sumamente importante para cada um de nós, mas ainda para salvação daqueles que não querem se submeter a este Rei. Em Jesus tudo se torna graça celestial, tudo se torna vida eterna, não obstante a luta contra as potências do mal, os poderes contrários ao seu reinado. A submissão a Cristo Rei não é uma submissão fatalista, uma falsa abnegação, mas uma questão de fé e amor em vistas ao Reino que o Filho de Deus veio implantar neste mundo. Os mártires compreenderam perfeitamente isto. Toda sua existência foi vivida não em função das coisas terenas, mas numa visão voltada para o céu. Disse Jesus “meu reino não é deste mundo” e esta sua palavra deve corresponder à realidade da vida do cristão. Contudo é preciso sempre se lembrar que o reino de Deus não se manifesta de uma maneira espetacular, através de grandes revelações religiosas que podem decepcionar causando ilusões. No Evangelho de hoje Jesus se posta diante de Pilatos de uma maneira bem humana e se situa maravilhosamente perante o dominador e se mostra senhor da situação. Deus reina na história quando os cristãos se mostram verdadeiramente cônscios de sua função nesse mundo e por toda a parte. Grande a responsabilidade do batizado por mostrar a força intrínseca do reino de Jesus, interferindo em sua vida e se irradiando no meio em que este cristão vive. Entretanto, cumpre sempre atribuir às luzes divinas, às graças do alto todo o bem que se faça dentro do reino de Jesus. São apelos, dons do Espírito Santo que levam a cumprir as obrigações de cristão. Nunca se deve esquecer o ensinamento de Cristo Rei: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5.A união coo este Rei  é necessária para o crescimento de seu reino neste mundo, pois somente assim   pelo vínculo da fé  e da graça, a  o  ração do fiel  se torna eficaz, porque  prece do súdito  unido ao seu soberano. Ele é, de fato, a verdade e a força que o mundo governa e a terra ilumina. Ao corpo dá saúde e paz ao coração. Com certeza absoluta Ele deve ser para os que propagam seu reino refúgio, abrigo e rochedo e quem é reto andará sempre na justiça.  Quem fielmente segue a Cristo Rei se torna para todos os que o veem um exemplo, do pobre se faz alívio, aos cegos oferece a luz, pois se faz tudo para todos.  Cristo Rei  aos santos dá nos céus o prêmio com sua glória os coroando. Felizes os que colocam seus passos nos passos deste Rei que a seus súditos cerca de carinho e compaixão, de bens saciando sua vida. Esse Rei é indulgente, favorável, paciente, bondoso e compassivo. Cristo pôs o seu trono lá nos céus e abrange o mundo inteiro seu reinado. Professor no Seminário de Maidana durante 40 anos.

 

 

 

 

 

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

 

FIM DO MUNDO E A VINDA DE CRISTO

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

         Neste domingo, penúltimo do Ano Litúrgico, o Evangelho de São Marcos, nos leva a meditar sobre o fim do mundo e a nova vinda de Cristo (Mar 13,24-32). Em todo capítulo 13 os discípulos são admoestados sobre o que infalivelmente acontecerá no fim dos tempos, não são somente as inevitáveis catástrofes que atingirão todo o mundo, mas, sobretudo, as perseguições que não deixarão de atingir os discípulos de Jesus, que terão que sofrer por causa de seu nome. No texto de hoje Jesus emprega uma linguagem especial, até mesmo estranha, para anunciar sua nova vinda. Esta linguagem já era empregada no Antigo Testamento, inclusive pelos profetas. Os doía primeiros versículos remetem ao que o Criador fez no quarto dia da criação (Gn 1,14-19), sol, lua e estrelas servindo para marcar os dias e os anos, e sua descrição indica o fim dos tempos, o termo da criação. Tais são os sinais da vinda do “Dia do Senhor”, isto é, do Grande dia de Deus como haviam anunciado os profetas (Is 13,10: Jer.10-11), A vinda do Filho do homem é predita no Antigo Testamento pelo profeta Daniel (Dn 7,113-14). O poder e a glória do Filho do homem, quando    Ele virá sobre as nuvens do céu, Ele a luz verdadeira, único luz definitiva. Os discípulos se alegrarão, os primeiros entre os eleitos de Deus a serem reunidos pelo Redentor, seu Senhor, vindo com grande poder e glória, mas antes deverão sofrer a perseguição por causa do nome de Jesus Os anjos serão os servidores do Filho do homem pela sua semelhança maior com os eleitos. A expressão “da extremidade da terra até à extremidade do céu” (v  l3,27), mostra bem que a glória com a qual o Filho do homem será revestido, o poder que Ele exercerá se estenderá sobre a terra como também, no céu no conjunto da criação. Quando isto vai acontecer, chegará tanto para os ouvintes de Jesus, seus discípulos, e também para os ouvintes de hoje, ou seja, para os que estiverem vivos. Ninguém sabe nem o dia nem a hora, só Deus o sabe. O certo é que todos morreremos, mas ninguém pode prever quando isto se dará. Portanto, é preciso velar para estarmos preparados, quando Deus assim o determinar, ou seja, estar dispostos para lhe abrir a entrada, assim que Ele bater à porta. Cumpre então viver na condição de quem está atento, numa postura de quem se acha à espera de seu Senhor na mais viva esperança. Não se deve entregar a uma vã inquietude, mas, isto sim, se abandonar nas mãos do Pai no que concerne o dia e a hora da vinda do Filho do homem (v. 23,13,32). O abandono ao Pai é o outro nome da fé. O Pai, o Filho e o Espirito Santo estão presentes e agindo no mundo e na história. Jesus inaugura o tempo de seus seguidores, de todos os seus discípulos. A eles Ele pede bem considerar a existência própria. O que dá sentido para quem se diz cristão é a relação profunda com o divino Redentor e não a sua situação no mundo que se torna algo exterior. Nisto consiste a conversão, ou seja, viver em função de Jesus e não de acordo com as injunções exteriores. Em todos os tempos o que deveria prevalecer é a Palavra de Jesus sobre o mundo algo externo no qual se vive a expectativa das promessas do Filho do homem e em virtude desta perspectiva tudo mais se torna então secundário. Jesus morreria na cruz e ressuscitaria, iria para junto do Pai, mas voltaria oferecendo a salvação a todos que vivessem a sua Palavra e isto se torna um grande presente de Deus que é preciso receber com amor. Donde ser necessário estar de fato atentos porque não se sabe nem o dia nem a hora da vinda de Jesus. Portanto, Jesus nos interpela sobre a realidade de nossa fé, de nossa união com Ele, e nos convida, desde agora, a nos preparar para o reencontro com Ele depois de deixarmos este mundo. Por isto se deve viver cada dia como se fora o último Isto significa que o cristão deve estar sempre preparado para em qualquer momento em que o Pai o chamar ele esteja em situação de comparecer ante o tribunal divino. Trata-se do estado de alerta no qual deve viver o autêntico discípulo de Cristo. É certo que nossa visão com relação à vinda definitiva do Filho do homem é feita muitas vezes de um certo temor, pois nem sempre pensamos nestas realidades. Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.