A IGREJA E O EXORCISMO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Na Instrução sobre o exorcismo, datada de 24
de setembro de 1985, assinada pelo Cardeal Joseph Ratzinger, o qual seria sucessor do Papa São
João Paulo II, está clara a posição da Igreja. Esta Instrução lembra o cânon 1172 do Código
de Direito Canônico que declara que a
ninguém é lícito proferir exorcismo sobre pessoas possessas, a não ser que o
Ordinário do lugar tenha concedido peculiar e explícita licença para tanto.
Determina também que esta licença só pode ser concedida pelo Ordinário do lugar
a um presbítero dotado de piedade, sabedoria, prudência e integridade de vida. Conclui então a Instrução que “destas
prescrições, segue-se que não é lícito aos fiéis cristãos utilizar a fórmula de
exorcismo contra Satanás e os anjos apóstatas, contida no Rito que foi
publicado por ordem do Sumo Pontífice Leão XIII; muito menos lhes é lícito
aplicar o texto inteiro deste exorcismo” Pede então que. “os Bispos tratem de admoestar os fiéis a
propósito, desde que haja necessidade”. Acrescenta a referida Instrução que “pelas mesmas razões, os srs. Bispos são
solicitados a que vigiem para que - mesmo nos casos que pareçam revelar algum
influxo do diabo, com exclusão da autêntica possessão diabólica - pessoas não
devidamente autorizadas não orientem reuniões nas quais se façam orações para
obter a expulsão do demônio, orações que diretamente interpelem os demônios ou
manifestem o anseio de conhecer a identidade dos mesmos” Entretanto conclui a
Instrução que a.” formulação destas normas de modo nenhum deve dissuadir os fiéis
de rezar para que, como Jesus nos ensinou, sejam livres do mal (cf. Mt 6,13)” . Na verdade o cristão deve sempre se lembrar de que para
trunfar do demônio nada melhor do que a frequência aos Sacramentos da Confissão
e da Eucaristia e a invocação de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos, Estas
são as armas da luz no combate ao espírito das trevas. Nuca se medita demais sobre
as palavras de São Pedro> “Sede sóbrios e vigiai! O vosso adversário o
diabo, rodeia-vos como leão que ruge à procura de que devorar. Resisti-lhe
firmes na fé” (! Pd 5,8-10). Trata-se de uma fera açulada que é vencida pela
mortificação e pelas preces confiantes. Nos momentos de tentação é dizer a
Cristo: “Senhor, eu confio em vós”. * Professor no Seminário de Mariana durame
40 anos.
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