sábado, 19 de agosto de 2023

FELIZ AQUELA QUE ACREDITOU: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho Duas mulheres se saúdam no limiar da Nova A:liança: uma já idosa, a outra ainda muito jovem. Elas resumem toda a história santa. Com efeito, em Isabel se perfilam longos anos de preparação e Maria, fulgurante, sem mancha, anuncia a Igreja de Jesus (Lc 1,39-56). Elas têm em comum sua esperança e sua maternidade, mas sobretudo o fato que sua maternidade as introduzem no plano de Deus e que seus filhos são filhos do impossível, pois Isabel era estéril e Maria havia decidido ficar virgem. Ambas testemunham em sua carne que nada é impossível para Deus, mas que diferença entre as duas crianças que elas trazem no seu ventre! Uma por milagre é o filho de Zacarias, a outra, também miraculosamente, é o próprio Filho de Deus. É entretanto Maria que saúda, primeiramente, ela a serva que trazia em si o Servidor. Entretanto desde que o som de sua voz chegou a Isabel, ela sente seu menino estremecer no seu seio. Não há em si nada de extraordinário para uma mãe que está no seu sexto mês de gravidez, mas o Espírito Santo que faz irrupção nela lhe revela o simbolismo deste movimento do menino no momento mesmo da chegada de Maria. Isabel, num grande brado, anuncia que o Espírito vem de lhe revelar e sua exclamação é uma dupla bênção: “Bendita és tu entre as mulheres. Bendito é o fruto de teu ventre!” Ela compreendeu numa revelação repentina, o tempo de um brado. Imediatamente ela se situa no seu verdadeiro lugar, a mais velha, se apequena diante da jovem mãe do Messias: “Como me é dado que venha mim a Mãe de meu Senhor?” Ela ajunta em seguida:” Meu Filho compreendeu antes de mim, pois que em mim, ele exultou de alegria quando tu te aproximaste portadora do Messias”. Assim o face a face das duas mães não mencionou senão o encontro invisível das duas crianças. Jesus reveste sua mãe de sua dignidade de rainha e João desperta sua mãe para o acolhimento do mistério das obras de Deus. Para anunciar ao mundo que a desgraça de Eva estava para sempre riscada da memória, o Espírito Santo quis que o primeiro diálogo a esperança do mundo fosse aquele de duas mães grávidas, imagens perfeitas da espera da felicidade. É sobre esta nota de felicidade que acaba a saudação de Isabel:” Bem-aventurada aquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor”. A beatitude de Maria se enraíza na fé em Jesus, ele mesmo, a proclamará solenemente no dia em que uma mulher na multidão, elevará a voz para lhe dizer: “Ditosa a mulher que te trouxe e alimentou”. Jesus responderá apresentando a nuança essencial: “Tu queres dizer: a mulher que acolhe a palavra e que a guarda”! É a felicidade de todos aqueles que edificaram sua vida sobre a promessa de Deus. Todos nós temos necessidade que a Igreja nos traga esta certeza: haverá um cumprimento daquilo que foi dito da parte do Senhor e Cristo, invisivelmente, está em vias de crescer no mundo, na nossa comunidade. Tudo se cumprirá segundo a promessa: Cristo veio, Ele vem e Ele virá. Veio na humildade, vem na intimidade e pela Eucaristia, Ele virá na imensa claridade de sua glória. Mas porquê a fé é difícil, porque a esperança ecoa mui rapidamente em nosso coração, Maria hoje vem nos visitar da parte de Deus para nos redizer: “Tu não sabes como o Senhor está próximo?” Cabe a nós saber captar o que Deus faz. A nós cabe redizer a surpresa de Isabel: “Donde me vem esta felicidade que venha a mim a Mãe de meu Senhor”! Também cumpre compreender quantos mistérios Maria trouxe em seu coração. Nenhum porém, a revoltou nem a afastou de Deus. Cumpre então a cada um de nós meditar, orar, se abandonar nas mão de seu Senhor. Avida de Maria é uma vida de fé e de confiança na Palavra de Deus, uma vida de esperança na vitória do Amor sobre o mal, uma vida de caridade na qual o amor comandava todas as suas ações como no dia de sua visita a Isabel. Foi assim que os “sim” sucessivos de Maria mudaram o curso da humanidade. Maria soube sabiamente responder aos mistérios do Reino de Deus. Acolhendo sem reserva a vontade do Pai, Ela refletiu a glória de Deus, mas de maneira tão discreta que podíamos passar sem captar isto. A glória de Deus se manifestava de maneira extraordinária nela, em sua alma e em seu corpo. Devemos pedir sempre a ela que nos ajude a perceber os mistérios do Reino celeste. Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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